Todas essas organizações tinham por objetivo maior contribuir na consolidação da Brigada de Audiovisual da Bahia que propõe fortalecer os veículos de comunicação já existentes em cada entidade. Possibilitando, a criação de novas ferramentas e formando multiplicadores do saber técnico da construção de documentos audiovisuais, utilizando-os a favor da luta popular.
Durante os dias de encontro, os participantes debateram a importância da comunicação como ferramenta de luta social e construíram coletivamente os princípios, objetivos e a divisão de tarefas orgânicas da Brigada, consolidando assim o coletivo e agendando desde já, ações na perspectiva da produção audiovisual.
Compreendendo a importância da comunicação como ferramenta estratégica de luta, Joelson Ferreira, Assentado no Terra Vista e integrante da Teia de Agroecologia, afirma que os movimentos e organizações devem aliar a ação de luta a divulgação. Pensando desta forma, é possível construir ideologicamente uma mensagem positiva sobre as questões que norteiam as mobilizações sociais.
Para Ele, “a Brigada de Audiovisual deve cumprir o papel de construir dentro dos movimentos e organizações novas perspectivas de luta, protagonizando a participação da Juventude, formando assim, novos militantes comunicadores”.
Brigada
A brigada de audiovisual surge a partir da necessidade das organizações sociais do campo de criarem novas ferramentas para dialogar com a sociedade, levando em consideração a importância da luta de cada organização para que se efetive um modelo social justa e igualitário.
“A Brigada possuí o dever de mostrar a real imagem dos diversos povos que vivem no campo, para isso é preciso desconstruir a deturpada ideia que a grande mídia construiu referente a luta popular e as manifestações culturais que enraízam o processo das organizações sociais”, afirma Jorge Rasta, integrante da Casa de Boneco.
O primeiro trabalho realizado pela Brigada foi um vídeo sobre as festas de 25 anos de MST no estado da Bahia, comemorado em setembro de 2012. Deste então, a ideia de criar uma brigada que possa estar se apropriando do conhecimento técnico no audiovisual tornou-se presente nas entidades que estavam contribuindo no processo.
Este já é o segundo espaço construído pela Brigada de Audiovisual visando a consolidação da mesma e a formação de novos comunicadores populares.
Em junho, reuniram-se cerca de 20 jovens de diversas organizações para debaterem e produzirem alguns documentos audiovisuais da 1º Jornada de Agroecologia, tendo como perspectiva, a divulgação de um modelo de produção sustentável e a formação da juventude inserida, tendo este espaço como um primeiro momento de consolidação da Brigada.
De acordo com a Carta dos Princípios da Brigada de Audiovisual, “no mundo novo que queremos construir, não ha lugar para as velhas opressões (racismo, machismo, homofobia) e, diante disso, nos propomos a construir nossa pratica, a partir da educação popular e da vivencia comunitária. Queremos criar uma ferramenta contra-hegemonica em relação ao modelo imposto, construindo assim uma linguagem cinematográfica que seja popular e possa atender aos anseios das organizações populares”.
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